Era 5 de maio de 2022 quando um Castelão lotado viu a torcida do Fortaleza erguer dois mosaicos gigantes, um deles com a frase Stop Racism (chega de racismo, em tradução livre), como resposta ao episódio em que um torcedor do River Plate atirou uma banana em direção aos tricolores no Monumental de Núñez, na Argentina, no jogo de ida pela Copa Libertadores.
O gesto repercutiu internacionalmente e mostrou a força das arquibancadas na resistência ao racismo.
Três anos depois, porém, a realidade é de contraste: enquanto clubes e torcidas se mobilizam, o futebol brasileiro enfrenta um apagão de dados. O último levantamento nacional do Observatório da Discriminação Racial é de 2023, e nem Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nem federações estaduais possuem protocolos unificados de registro, o que impede a consolidação de números confiáveis.
Na prática, a ausência de estatísticas atualizadas esconde a dimensão do problema. Sem um monitoramento oficial, as mobilizações de clubes e torcidas ocupam o espaço do debate público, mas sem que se saiba, de fato, qual a escala do racismo no futebol brasileiro.
O último relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol – organização que monitora os casos desde 2014 –, mostra que as notificações de racismo no esporte nacional cresceram 444% entre 2014 e 2023. Quando o Observatório começou o rastreio, 25 casos foram registrados; em 2023, o número subiu para 136.
Para o jornalista e comentarista esportivo Rafael Alves, os dados expressam uma realidade que não deveria ser vista como comum. "Acho um número bastante alto, para um crime tão grave e para o qual temos leis que punem", relata.
O relatório também revela onde o sistema falha: de um total das 162 ocorrências (considerando Brasil e exterior), 31 não tiveram sequência e em 29 delas não foram encontrados desdobramentos sobre a conclusão. Essa estatística expõe a fragilidade do sistema no trato das ocorrências.
Para o advogado Paulo do Vale, presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Estado do Ceará (OAB-CE), a dificuldade de coleta da prova é o maior desafio, já que a colheita de evidências é "algo dificultoso para as denúncias dos crimes de racismo e injúria racial terem prosseguimento."
Ele pontua que, embora jogos de maior repercussão tenham câmeras, "a gente tem uma dificuldade nos jogos menores em que não há câmeras para poder comprovar a prática do racismo ou da injúria racial que tenha sido cometida". Isso, segundo o advogado, é a realidade dos campeonatos de base, femininos e divisões inferiores, nos quais a fiscalização é mais escassa.
No Ceará, o Ministério Público do Estado (MPCE), por meio do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor), agiu ativamente. Em março de 2025, o órgão recomendou a suspensão de eventos no Estádio Presidente Vargas (PV) até que fosse implementado o sistema de biometria facial, exigido pela Lei Geral do Esporte.
Em nota, o coordenador do Nudtor, promotor de Justiça Edvando França, justificou a medida afirmando que a ausência da tecnologia compromete a segurança e dificulta a identificação e responsabilização de indivíduos envolvidos em atos de racismo e violência.
A pressão surtiu efeito: a Prefeitura de Fortaleza implantou a biometria facial no PV em agosto deste ano. A medida garante que a tecnologia seja usada para coibir práticas criminosas, oferecendo uma ferramenta concreta para identificar e punir agressores.
O jornalista Rafael Alves atribui o alto índice de casos sem desdobramentos à falha da sociedade como um todo: "O futebol faz parte da sociedade, e o número alto de casos não concretizados só reflete a maneira que a sociedade trata os crimes de racismo." E complementa: “Se não fosse o trabalho do Observatório, esse número seria maior. Certamente seria maior.”
O episódio racista envolvendo Fortaleza e River Plate foi amplamente condenado. Os dois clubes se manifestaram publicamente e cobraram medidas firmes.
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) aplicou ao time argentino uma multa de US$ 30 mil (cerca de R$ 150 mil). O torcedor identificado, sócio do clube, recebeu suspensão de seis meses dos estádios e foi obrigado a participar de um curso de conscientização.
Contudo, punições como a imposta pela entidade sul-americana levantam críticas sobre a eficácia de suas políticas. O MPCE, por meio do Nudtor, atuou diretamente neste caso, enviando um ofício ao presidente da Conmebol cobrando providências sobre os casos de racismo contra torcedores do Fortaleza e do Ceará na Argentina.
O MPCE destacou que o crime tem ocorrido de forma rotineira e afirmou a necessidade de a Conmebol tomar medidas incisivas, sob pena de adoção de medidas judiciais internacionais contra a organização.
Para o jornalista e comentarista esportivo Rafael Alves, as penas acabam sendo "muito brandas" porque a Conmebol ainda não compartilha a percepção brasileira sobre a gravidade do tema. "Eles não têm a mesma percepção que nós temos sobre o combate ao racismo," explica.
Essa visão encontra respaldo em exemplos internacionais. PJ Brandão, mestre em Comunicação, professor e produtor de conteúdo, comenta casos da Europa que já mostram rigor nas sanções: “Na Espanha, por exemplo, clubes estão banindo torcedores por anos, cancelando programas de sócio-torcedor e levando agressores à delegacia. É preciso usar esse rigor a favor do fim do racismo.”
No entanto, ele pondera: “Eu gostaria muito que apenas o processo conscientizador fosse suficiente”, mas ressalta que a punição também é "educacional, no sentido de que o racismo é um crime no Brasil, e a punição deve ser equivalente a um crime.”
O advogado Paulo do Vale concorda com a análise e defende que é preciso ir além das punições financeiras, forçando os clubes a apresentarem ações mais efetivas para além de faixas.
"A gente precisa ter esse olhar para que os clubes de futebol possam investir nessas práticas... Se a gente tivesse cursos de letramento racial para as pessoas que compõem os clubes, seria essencial, seria importantíssimo", afirma, defendendo o treinamento dos servidores "de dentro do clube".
É nessa linha que o Fortaleza EC tem investido. Fabíola Guedes, diretora jurídica do clube, explica que, “nas categorias de base, os atletas são acompanhados diariamente pelo Setor Psicossocial. Recebem palestras e realizam atividades de conscientização sobre o tema.”
O POVO+ contatou a assessoria do Ceará Sporting Club (CSC) para entender as políticas internas de combate ao racismo, além de protocolos implementados para conscientização de jogadores, torcedores e funcionários sobre o assunto. Após quatro tentativas, a reportagem seguiu sem retorno do clube, mas mantém-se aberta para atualizações após publicação da matéria.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi a primeira confederação a implementar punição desportiva em seu Regulamento Geral de Competições para casos de racismo. Um gesto específico para denunciar o caso foi aprovado por unanimidade no 74º Congresso da FIFA em Bangkok, na Tailândia, no dia 17 de maio de 2024.
O protocolo diz que os jogadores que estão sendo alvos de abuso racista, durante a partida de futebol, poderão sinalizar ao árbitro cruzando os braços na frente do peito.
O árbitro deverá iniciar o procedimento de três etapas. Na primeira etapa, a partida será interrompida. Se o abuso continuar, a partida será suspensa, com os jogadores e os dirigentes da partida saindo do campo de jogo. Caso o incidente não cesse, na terceira etapa, a partida será abandonada.
Apesar dos esforços locais, Rafael Alves comenta que, embora a CBF tenha um plano de combate ao racismo, este “não parece ser eficiente”, pois “não dialoga com as federações".
Se um registro do crime acontece na esfera estadual, muitas dessas federações não têm protocolos para dialogar com o da CBF, o que acaba por gerar o número de casos sem desdobramentos.
A Federação Cearense de Futebol (FCF), via assessoria de imprensa, confirmou a ausência de um protocolo próprio, afirmando que a Federação utiliza o mesmo adotado pela CBF e que, no momento, não há previsão de novas iniciativas ou regulamentações.
A FCF, que lançou a Cartilha de Combate ao Racismo em 2023 e promove a campanha “Com Racismo Não Tem Jogo”, informou ter registrado e acompanhado apenas um caso nos últimos três anos: uma denúncia feita por um atleta do Pacatuba em 2024, para a qual a Federação colocou o seu corpo jurídico à disposição.
Jefferson Teixeira, analista de Tecnologia da Informação (TI), fazia parte da Equipe Mosaico, quando o já histórico mosaico Stop Racism foi levantado pela torcida naquela noite de Copa Libertadores, no estádio Castelão. Foi ele o idealizador e criador do projeto gráfico.
Na época, por conta da ascensão do clube e da visibilidade da competição, a intenção em criar uma arte com mensagem forte era causar o maior impacto e engajamento possíveis. Para isso, foi necessária uma grande força-tarefa.
Para Jefferson, a torcida tem voz para se posicionar sobre a intolerância racial e outros temas de vulnerabilidade social. "Não só acho, como sei que tem", afirma o torcedor, citando o papel de diversas organizadas que mantêm projetos sociais que vão além do campo, mostrando que a responsabilidade social é parte de um compromisso mais amplo.
Esse movimento das torcidas também foi observado com o Ceará SC, que protestou contra o racismo levantando um mosaico com os dizeres "Fogo nos Racistas" em alusão ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
O professor PJ Brandão reconhece a força das torcidas, mas ressalta a complexidade da mobilização. Ele enxerga a torcida como uma "boneca russa," na qual a paixão pelo clube une diversos espectros:
"A paixão do clube une conservadores e progressistas, une pessoas de vários pensamentos, de várias classes sociais." Essa união é "muito bonita de ver, porque dá para acreditar na união de pessoas tão diferentes em torno de uma causa só."
No entanto, ele pondera que, fora do jogo, "cada pessoa vive sua própria vida" e tem suas próprias questões políticas. "Confesso que é difícil achar uma resposta certa [sobre a eficácia total da mobilização das torcidas], porque a coletividade... ela é muito complexa”. Em um Castelão lotado, por exemplo, “são 60 mil universos e cada universo tem um pensamento", pontua.
Apesar da força dessas mobilizações, os estádios continuam sendo o epicentro do problema, com 104 ocorrências registradas neste ambiente, segundo o Observatório. Para PJ Brandão, a gestão dos times tem responsabilidade direta:
"O clube deve tentar melhorar a torcida, porque a torcida é um fenômeno social muito importante para a sociedade, e o clube deveria ser um dos principais responsáveis por tentar conscientizar o seu próprio público.”
Em março de 2025, os atletas brancos do time do Ceará SC, durante um jogo do Campeonato Cearense, entraram em campo para a execução do Hino Nacional. Após o encerramento do hino, os jogadores negros entraram e ergueram uma faixa com a mensagem: "Se os negros também fossem impedidos de entrar em campo, nosso time não existiria. Diga não ao racismo."
A ação de conscientização contra o racismo, intitulada de "Impedidos", ocorreu dias após uma denúncia de racismo durante um jogo do Palmeiras contra o Cerro Porteño (Paraguai), pela Libertadores sub-20, quando os jogadores Luighi e Figueiredo foram alvos de ofensas racistas e gestos imitando macacos por torcedores paraguaios.
Apesar da denúncia, o árbitro não interrompeu a partida. Ao final, Luighi protagonizou uma entrevista que gerou grande repercussão e cobrou um posicionamento das autoridades esportivas: “É sério isso? Não vai me perguntar sobre o caso de racismo que fizeram comigo? O que fizeram comigo foi um crime,” disse ele, emocionado.
Em postagem nas redes sociais, em apoio aos atletas, o Ceará se manifestou: “O Time do Povo reforça a necessidade das autoridades competentes combaterem de forma eficiente o racismo. Não podemos tolerar que esses criminosos atuem deliberadamente nos estádios.”
O Fortaleza EC também protagonizou campanhas de conscientização sobre o racismo. Em uma delas, a equipe levou uma espécie de “cabine de VAR” para uma estação de metrô da cidade de Fortaleza, com a pergunta: "Um lance desses é justo?"
Na ação, as pessoas colocavam fones de ouvido e davam play na tela, que passava a exibir depoimentos de pessoas negras que sofreram algum tipo de violência por conta da cor da pele.
Em declaração dada ao site leão1918, o CEO da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Fortaleza EC, Marcelo Paz, defendeu a campanha e disse que o time sempre levantou a bandeira da igualdade em suas ações, e que, por isso, é essencial promover essas discussões para a construção de uma sociedade mais inclusiva a partir do posicionamento do clube.
Em fevereiro deste ano, o time voltou a levantar a bandeira contra o racismo, depois que o filho do jogador Zé Welison foi vítima do crime na escola. Em jogo contra o Vitória, no Castelão, os atletas do time entraram em campo usando uma camisa com os dizeres "Ninguém nasce racista".
O diretor de Comunicação e Marketing do clube, Marcel Pinheiro, falando sobre a campanha ao site leao1918, disse que a luta contra o racismo deve ser um ato de vigília constante, e que tanto o clube como a sociedade não podem fechar os olhos para esse crime.
A diretora jurídica, Fabíola Guedes, reforça que “as ações acabam se tornando uma ferramenta de reflexão e conscientização no combate ao racismo. O Fortaleza mostra que o futebol é um instrumento social poderoso, pois, sendo o esporte mais popular do mundo, permite uma visibilidade maior para conscientizar, denunciar, educar e mobilizar contra o racismo”.
Essas mobilizações dos clubes, embora importantes, podem gerar questionamentos sobre o valor de conscientização de uma ação de marketing, que em grande parte é movida pelo lucro.
O professor PJ Brandão argumenta que "ações de marketing não vêm exclusivamente pela questão conscientizadora. Elas também vêm por uma questão financeira", mas ressalta que essa dualidade não invalida a mensagem das campanhas.
Embora, na opinião dele, o ativismo no futebol seja um assunto complexo por se misturar a estratégias comerciais, ele conclui: "Elas não são opostas, são lados de uma moeda que juntas formam a campanha. Infelizmente, dentro de um mundo capitalista, cidadania e consumo se misturam."
Essa visão, entretanto, pode ser vista de forma diferente. Para Thaiata Martins, designer, estrategista de marcas e torcedora do Botafogo, as ações dos clubes podem, sim, ir além da estratégia:
“Vejo que, por exemplo, no caso do Botafogo, o time não se omite em ações contra o racismo. Não enxergo como uma simples estratégia de marketing, mas como algo que já está no DNA da instituição, pois faz parte da história do clube estar ao lado das minorias e defender causas sociais,” comenta.
Especialistas concordam que o combate à intolerância racial no futebol não pode ser isolado da sociedade, mas veem o esporte como um palco importante para uma mudança.
O professor PJ Brandão vê o futebol como um "microcosmo cultural dentro do que é o nosso país". Em sua análise, enquanto houver racismo na sociedade, o futebol será atravessado pelo problema. Por isso, é crucial "abrir cada vez mais os ouvidos de quem ouve futebol" para as questões das minorias sociais.
“Os times contribuem com isso, seja dando exemplo, seja noticiando, seja fazendo campanha. Então, eu acredito realmente que o futebol só vai se livrar do racismo quando a sociedade se livrar dele. Sou esperançoso, ao mesmo tempo que sou desesperançoso,” afirma o professor.
O professor diz acreditar numa tendência de noção de comunidade maior, de união e de quebra de preconceitos, porque “com o passar do tempo a diversidade brasileira vai aumentando e a diversidade necessariamente vai mudando preconceitos”.
Para o especialista, o futebol é um "palco muito bonito, interessante e criativo para que esse combate aconteça," sendo um campo de batalha importante da identidade cultural brasileira. Ele conclui: "Acredito que sim, o futebol um dia vai se livrar [do racismo] e acredito que ele vai se livrar porque a sociedade vai mudar e porque ele vai mudar a sociedade. O futebol muda a sociedade, a sociedade muda o futebol. Nesse caminho, um dia venceremos."
Para o advogado Paulo do Vale, o futuro exige uma vigilância incansável por parte das instituições. Ele afirma que a luta é "incansável, difícil, mas que a gente não pode desistir".
Paulo reforça que, para o futuro ser de mudança real, é preciso garantir que a impunidade não vire regra: "A gente deve ser cada vez mais severos nessas práticas," pontua, garantindo que as ações preventivas e as punições andem lado a lado para que a mudança social se consolide.
Para a torcedora Thaiata Martins, a esperança desse futuro está na torcida. Ela diz esperar por punições mais rápidas e exemplares e reforça um desejo coletivo: “Sonho com um ambiente em que eu possa levar minha filha ao estádio e ter certeza de que ela não vai vivenciar situações de preconceito. Acredito que com punição, educação e posicionamento firme dos clubes, é possível transformar esse cenário.”
Ponto de vista
*por Iara Costa
O racismo, legado de uma política escravocrata que marcou o Brasil por séculos, segue como uma chaga aberta em nossa sociedade. No futebol, que espelha com clareza tudo o que vivemos fora dele, não é diferente.
Das arquibancadas ao gramado, a intolerância ainda encontra espaço. No entanto, justamente por ser um fenômeno coletivo e cultural de enorme alcance, o futebol tem o dever de assumir o papel de agente transformador e se comprometer em construir um ambiente mais plural, justo e, sobretudo, antirracista.
Não se trata de uma tarefa simples. Por décadas, atletas negros precisaram lutar pelo simples direito de jogar bola, enfrentar barreiras que iam muito além do campo.
Esse histórico explica por que o esporte, além de coletivo, precisa ser assumidamente antirracista: para não apenas dar espaço, mas também garantir condições dignas, visibilidade e respeito a quem sempre esteve presente no jogo.
As barreiras, ainda hoje, são muitas. Vivemos em pleno século XXI, mas seguimos diante de um cenário em que parte da sociedade sequer compreende plenamente o que é racismo. E quando a denúncia aparece, o que se vê é a tentativa de reduzir reclamações legítimas a "mi-mi-mi", esvaziando o debate e desestimulando quem ousa enfrentar esse crime.
Soma-se a isso o desinteresse de autoridades esportivas em registrar, investigar e punir tais práticas, muitas vezes ocultando dados ou suavizando relatos para que a imagem do espetáculo não seja arranhada. Essa postura não apenas invisibiliza vítimas, mas normaliza a violência.
Já passou da hora de exigirmos um futebol mais limpo. Isso não se limita a cotas de distribuição entre clubes do Sul ao Norte do país ou à urgente profissionalização da arbitragem.
É preciso olhar para dentro do próprio ambiente esportivo e transformá-lo em espaço verdadeiramente plural, onde não haja tolerância ao machismo, LGBTfobia, elitismo e, sobretudo, racismo. O futebol tem força suficiente para ser uma ferramenta de educação e resistência, mas essa força só se concretiza quando há coragem de encarar o problema de frente.
*Iara Costa é jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO